O Rio deste fim de década é Medellín no fim do século, avisou mais um fim de semana de horrores. Pouco importa se lá havia o Pablo Escobar que aqui não há. Pouco importa se aqui nenhum bando criminoso exibe, isoladamente, as dimensões alcançadas, em seu apogeu, pelo maior cartel da história do narcotráfico. Somados, os pablos escobares que hoje governam centenas de favelas se transformaram num inimigo muito mais perigoso que o mítico chefão colombiano morto nos anos 90. Somados, os microcartéis que controlam os morros mobilizam um exército fora-da-lei maior e mais letal que o similar de Medellín. Por Augusto Nunes
O governo municipal é só um espectador inerme da tragédia. A isso acabará reduzido o governo estadual se insistir no combate solitário e improvisado, e portanto sem chances, ao inimigo que não para de agigantar-se. A vítima seguinte será o governo federal, que nunca se preocupou com a montagem de uma política de segurança que mereça tal nome. A Força Nacional de Segurança é uma piada recorrente contada pelo presidente da República e pelo ministro da Justiça. Os braços do Estado jamais se estenderam aos morros, hoje reduzidos a zonas de exclusão.
“O Rio vai chegar em paz a 2016″, repetiu o governador Sérgio Cabral. O direito de viver em segurança não é um privilégio decorrente da escolha da sede dos Jogos, muito menos uma cláusula do contrato com o COI. É um direito bem mais antigo que a Olimpíada. É também uma imposição constitucional. Comparações com Barcelona, Londres ou Montreal são conversa fiada. Ganhar a guerra declarada pelos ditadores dos morros é uma urgência nacional não porque 2016 vem aí, mas porque o Rio está para o Brasil como Medellín esteve para a Colômbia. A guerra só será vencida com uma ampla e articulada ofensiva dos governos federal e estadual.
Antes que os bandidos assumam ostensivamente o controle do resto da cidade, o Estado precisa reincorporar ao mapa real do Brasil os territórios amputados. Isso deve ser feito já, a qualquer custo. A transposição do São Francisco pode esperar. - SEÇÃO » Direto ao Ponto - Revista Veja
O governo municipal é só um espectador inerme da tragédia. A isso acabará reduzido o governo estadual se insistir no combate solitário e improvisado, e portanto sem chances, ao inimigo que não para de agigantar-se. A vítima seguinte será o governo federal, que nunca se preocupou com a montagem de uma política de segurança que mereça tal nome. A Força Nacional de Segurança é uma piada recorrente contada pelo presidente da República e pelo ministro da Justiça. Os braços do Estado jamais se estenderam aos morros, hoje reduzidos a zonas de exclusão.
“O Rio vai chegar em paz a 2016″, repetiu o governador Sérgio Cabral. O direito de viver em segurança não é um privilégio decorrente da escolha da sede dos Jogos, muito menos uma cláusula do contrato com o COI. É um direito bem mais antigo que a Olimpíada. É também uma imposição constitucional. Comparações com Barcelona, Londres ou Montreal são conversa fiada. Ganhar a guerra declarada pelos ditadores dos morros é uma urgência nacional não porque 2016 vem aí, mas porque o Rio está para o Brasil como Medellín esteve para a Colômbia. A guerra só será vencida com uma ampla e articulada ofensiva dos governos federal e estadual.
Antes que os bandidos assumam ostensivamente o controle do resto da cidade, o Estado precisa reincorporar ao mapa real do Brasil os territórios amputados. Isso deve ser feito já, a qualquer custo. A transposição do São Francisco pode esperar. - SEÇÃO » Direto ao Ponto - Revista Veja
Nenhum comentário:
Postar um comentário