
Ainda atônito, o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, tentava circunscrever a barbárie: "Isso não é um problema do Rio. Isso é o problema de uma região, está acontecendo num ponto muito específico da cidade". Parecia fala para inglês ver, como se fosse dirigida a algum fantasma do COI em Copenhague, e não aos moradores, exaustos ou anestesiados, de uma cidade que vive refém de uma rotina de terror intolerável. A questão, aqui, não é saber se o Rio poderá sediar uma Olimpíada. Vai sediar, na base da maquiagem midiático-militar das suas fraturas expostas. A questão é saber se um dia ainda seremos um país decente. Até onde a vista alcança, o conflito do tráfico no Rio ficou insolúvel. Sérgio Cabral parece enxugar gelo com seu bangue-bangue após décadas de favelização e omissões criminosas do Estado. Haverá dinheiro e energia social suficientes para reverter a dinâmica histórica de desmanche da vida civilizada? Por ora, vimos só a vingança da vida como ela é sobre o festival de ilusões protagonizado por Lula e sua claque. Folha de S. Paulo
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