ESSA GENTE NÃO PRESTA. VALE NADA
A família da jovem assassinada, símbolo da “revolta verde", rechaçou. Os deputados solicitaram processar o opositor Musavi por “prejudicar a imagem" do Irã
ABC TEERÃ - Aqueles dias eram de “revolta verde”, após as eleições presidenciais de 12 de junho - as que, entre protestos de fraude por parte da oposição, consagraram Mahmoud Ahmadinejad para um novo mandato à frente do Irã. Dias de protestos na rua. Dias de esperança na liberdade. E de repressão. O rosto ensangüentando em agonia, os olhos perdidos, a vida se esvaindo; a jovem Neda Agha-Sultan, atingida no peito por um atirador, morria ante a câmera de um telefone celular em uma rua de Teerã. A Internet fez o resto. A onda verde da esperança já tinha seu símbolo. E desfilou por todos os meios de comunicação no mundo.
Pois bem, o regime dos aiatolás quer ganhar para sua causa a memória da menina assassinada em um protesto. Planeja fazer dela uma “mártir” da República Islâmica do Irã. Foi o que anunciou Massoud Zarif, chefe da Fundação dos Mártires do Irã. A tese oficial, apresentada por Ahmadinejad poucos dias após a morte de Neda, é que ela foi uma vítima ”de uma ação planejada pelos inimigos do Estado”.
Honras oficiais e pensão
Se a jovem, por artifício do regime, for declarada “mártir” oficial, sua família terá direitos iguais às dos combatentes mortos ou feridos na guerra contra o Iraque, ou às dos caídos em defesa da República, como compensação econômica e mais honras oficiais.
A família de Neda rechaçou de imediato a pensão e as honras. Foi o que anunciou o advogado que conduz seu caso contra o Estado, Mohammad Adibi. A família de Neda ainda não recebeu qualquer notificação oficial, no entanto, sua mãe afirma que, caso seja verdade, não aceitarão. As testemunhas presentes, amigos e os pais sustentam que Neda foi assassinada por um tiro no peito por um membro das milícias populares islâmicas, os Basij.
Uma nova ofensa para a arrincoada oposição iraniana foi a assinatura, ontem, por mais de uma centena de deputados em uma ação de classe, encaminhada à Procuradoria Geral do Estado contra o líder da oposição Mir-Hussein Musavi por " prejudicar a imagem o regime islâmico no exterior" através de suas atividades e suas declarações públicas durante os protestos que se seguiram às eleições presidenciais, e nas semanas subseqüentes, informou ontem a agência de notícias Fars. O anúncio da apresentação do documento foi feito por um dos mais radicais parlamentares, Hamid Rasai.
Além disso, como o regime tenta digerir o atentado suicida no domingo que provocou 42 mortes, entre elas a de seis altos comandantes da Guarda Revolucionária, as autoridades deram uma nova volta no parafuso da repressão.
Ontem, foi condenado por um tribunal revolucionário a doze anos de prisão o investigador Kian Tajbakhsh, que tem dupla nacionalidade, iraniana e americana. Ele foi preso durante os dias da revolta, acusado de "espionagem" e de "atentado contra a segurança do Estado”. De Washington, o porta-voz do Departamento, Ian Kelly, exigiu ontem que ele seja colocado em liberdade imediatamente. Via qué.es abc.
Tradução de Arthur para o MOVCC
A família da jovem assassinada, símbolo da “revolta verde", rechaçou. Os deputados solicitaram processar o opositor Musavi por “prejudicar a imagem" do Irã
ABC TEERÃ - Aqueles dias eram de “revolta verde”, após as eleições presidenciais de 12 de junho - as que, entre protestos de fraude por parte da oposição, consagraram Mahmoud Ahmadinejad para um novo mandato à frente do Irã. Dias de protestos na rua. Dias de esperança na liberdade. E de repressão. O rosto ensangüentando em agonia, os olhos perdidos, a vida se esvaindo; a jovem Neda Agha-Sultan, atingida no peito por um atirador, morria ante a câmera de um telefone celular em uma rua de Teerã. A Internet fez o resto. A onda verde da esperança já tinha seu símbolo. E desfilou por todos os meios de comunicação no mundo.
Pois bem, o regime dos aiatolás quer ganhar para sua causa a memória da menina assassinada em um protesto. Planeja fazer dela uma “mártir” da República Islâmica do Irã. Foi o que anunciou Massoud Zarif, chefe da Fundação dos Mártires do Irã. A tese oficial, apresentada por Ahmadinejad poucos dias após a morte de Neda, é que ela foi uma vítima ”de uma ação planejada pelos inimigos do Estado”.
Honras oficiais e pensão
Se a jovem, por artifício do regime, for declarada “mártir” oficial, sua família terá direitos iguais às dos combatentes mortos ou feridos na guerra contra o Iraque, ou às dos caídos em defesa da República, como compensação econômica e mais honras oficiais.
A família de Neda rechaçou de imediato a pensão e as honras. Foi o que anunciou o advogado que conduz seu caso contra o Estado, Mohammad Adibi. A família de Neda ainda não recebeu qualquer notificação oficial, no entanto, sua mãe afirma que, caso seja verdade, não aceitarão. As testemunhas presentes, amigos e os pais sustentam que Neda foi assassinada por um tiro no peito por um membro das milícias populares islâmicas, os Basij.
Uma nova ofensa para a arrincoada oposição iraniana foi a assinatura, ontem, por mais de uma centena de deputados em uma ação de classe, encaminhada à Procuradoria Geral do Estado contra o líder da oposição Mir-Hussein Musavi por " prejudicar a imagem o regime islâmico no exterior" através de suas atividades e suas declarações públicas durante os protestos que se seguiram às eleições presidenciais, e nas semanas subseqüentes, informou ontem a agência de notícias Fars. O anúncio da apresentação do documento foi feito por um dos mais radicais parlamentares, Hamid Rasai.
Além disso, como o regime tenta digerir o atentado suicida no domingo que provocou 42 mortes, entre elas a de seis altos comandantes da Guarda Revolucionária, as autoridades deram uma nova volta no parafuso da repressão.
Ontem, foi condenado por um tribunal revolucionário a doze anos de prisão o investigador Kian Tajbakhsh, que tem dupla nacionalidade, iraniana e americana. Ele foi preso durante os dias da revolta, acusado de "espionagem" e de "atentado contra a segurança do Estado”. De Washington, o porta-voz do Departamento, Ian Kelly, exigiu ontem que ele seja colocado em liberdade imediatamente. Via qué.es abc.
Tradução de Arthur para o MOVCC
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