O grão-Rabino Yona Metzger, líder da comunidade judaica asquenazi, pediu ao presidente do Senado, José Sarney, que interceda pelo cancelamento ou adiamento da visita do presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, ao Brasil. É a primeira vez que Metzger vem à América Latina. Em Brasília para um encontro interreligioso, do qual participam líderes muçulmanos, cristãos, budistas e de outras fés, do Brasil e do mundo, o rabino israelense fez o pedido durante encontro com Sarney. “Para nós, é muito triste saber que o Brasil receberá um homem que diz publicamente que quer destruir nosso país”, afirmou Metzger. A visita de Ahmadinejad ao país está prevista para 23 de novembro, duas semanas depois da chegada do presidente de Israel, Shimon Peres. Correio Braziliense
ANEXO SECRETO
A agência de notícias Associated Press conseguiu botar as mãos num “anexo secreto” de documento da Agência Internacional de Energia Atômica sobre o estágio do programa nuclear do Irã. Por Newton Carlos
O documento foi considerado autêntico e suas conclusões apontam para um futuro sinistro. Não se trata só da bomba que o Irã diz não perseguir, mas que são sérias as suspeitas de que persegue. No “anexo secreto” consta que o Irã já está em condições de fabricar o que muitos chamam de “bomba islâmica”, o que não é correto quanto a essa marca, mas tudo indica que é correto quanto às conclusões envolvendo um mistério cada vez menos misterioso.
Se o Irã tiver a bomba, outros países árabes se lançarão em programas nucleares. Caso da Arábia Saudita. O Irã é xiita e quer ter o domínio sobre o Oriente Médio de maioria sunita. Foi por isso que Saddam Hussein, quando ditador do Iraque, travou com o Irã uma guerra sangrenta com o objetivo de tornar pó o xiismo na região. Teve apoio inclusive dos Estados Unidos, interessados em preservar o domínio sunita e até ampliá-lo. A operação falhou e hoje o Irã não só já teria no bolso condições de fabricar a bomba, como controla movimento islâmicos radicais, como o Hamas em Gaza e o Hesbollah no Líbano. O rei da Jordânia já previu uma onda xiita alcançando as fronteiras com Israel, que tentou destruir o Hesbollah e não conseguiu, apesar de ter um dos melhores exércitos do mundo.
Já se pensa num cenário pós-bomba do Irã, cujos traços apontam na direção de uma corrida armamentista no Oriente Médio, historicamente um barril de pólvora, agora envolvendo armas de destruição maciça. A Arábia Saudita tem dinheiro de sobra, dólares do petróleo, para sustentar programas com as mesmas ambições do Irã e a convicção é a de que não ficará de braços cruzados. Há outros componentes explosivos nesse quadro. O fracasso dos Estados Unidos em impor democracia à sua moda no Iraque abriu espaços cujo ocupante estrangeiro maior será o Irã. O Iraque tem maioria xiita, se liberta da opressão sunita, da época de Saddam Hussein e a ironia dessa história é que os Estados Unidos foram elementos decisivos, com sua máquina de guerra, na inversão. Graça a eles os xiitas se impõem no Iraque.
São maioria e já não enfrentam as mãos de ferro sunitas de Saddam Hussein. São, portanto, politicamente dominantes. Os Estados Unidos aceitaram inclusive que o Irã ajudasse na intermediação de negociações entre xiitas e sunitas no Iraque. Um Irã com a bomba será mais agressivo. Resta saber o que estará pensando Israel diante do “anexo secreto”. Já se sabe que ele está disposto a não permitir que o Irã tenha a bomba e insiste numa opção militar. Treina para isso e tem contado com ajuda, nesses treinos, de seu aliado estratégico, os Estados Unidos. Ao mesmo tempo, americanos e europeus aumentam as pressões diplomáticas sobre o Irã para evitar, entre outras coisas, que decisões caiam em mãos de Israel. Caso a diplomacia falhe, e se confirme que o Irã tem a bomba ou está próximo de tê-la, Israel certamente bombardeará as instalações nucleares iranianas.
Desde que isso aconteça, e parece não se tratar de cenário não muito distante de uma realidade em curto prazo, irá por água abaixo o projeto de Barack Obama de dar passos concretos na direção de um universo desnuclearizado. Obama faz agrado à Rússia, a segunda maior potência nuclear, mandando arquivar o projeto do ex-presidente Bush de construção de um sistema de antifoguetes, na Europa. Quer amplo acordo internacional que fortaleça o Tratado de Não Proliferação Nuclear, que em breve será revisado. Promete reativar acordos de desarmamento. Mas as previsões parecem apontar em outra direção — não só o Irã com a bomba e Israel disposto a bombardeá-lo. As complicações no Afeganistão e a quase convicção, mesmo entre militares, de que os talibãs não serão derrotados numa guerra convencional, podem contaminar a fundo o Paquistão nuclear, onde radicais islâmicos fazem presença violenta cada vez maior.
Ao lado está a Índia, também nuclear, e pode acontecer o que os ingleses evitaram na época da independência, um confronto entre os indianos de maioria hindu e os paquistaneses de maioria muçulmana. A Índia tem sido alvo frequente de terroristas islâmicos e certamente não permitirá, mesmo sob a forma de possibilidade, que os radicais islâmicos, fortalecidos com vazamentos do Afeganistão, tenham acesso ao arsenal nuclear do Paquistão. Como? Só o futuro dirá. Não faltam, no entanto, hipóteses catastróficas. Alguns falam de juízo final. – Correio Braziliense
ANEXO SECRETO
A agência de notícias Associated Press conseguiu botar as mãos num “anexo secreto” de documento da Agência Internacional de Energia Atômica sobre o estágio do programa nuclear do Irã. Por Newton Carlos
O documento foi considerado autêntico e suas conclusões apontam para um futuro sinistro. Não se trata só da bomba que o Irã diz não perseguir, mas que são sérias as suspeitas de que persegue. No “anexo secreto” consta que o Irã já está em condições de fabricar o que muitos chamam de “bomba islâmica”, o que não é correto quanto a essa marca, mas tudo indica que é correto quanto às conclusões envolvendo um mistério cada vez menos misterioso.
Se o Irã tiver a bomba, outros países árabes se lançarão em programas nucleares. Caso da Arábia Saudita. O Irã é xiita e quer ter o domínio sobre o Oriente Médio de maioria sunita. Foi por isso que Saddam Hussein, quando ditador do Iraque, travou com o Irã uma guerra sangrenta com o objetivo de tornar pó o xiismo na região. Teve apoio inclusive dos Estados Unidos, interessados em preservar o domínio sunita e até ampliá-lo. A operação falhou e hoje o Irã não só já teria no bolso condições de fabricar a bomba, como controla movimento islâmicos radicais, como o Hamas em Gaza e o Hesbollah no Líbano. O rei da Jordânia já previu uma onda xiita alcançando as fronteiras com Israel, que tentou destruir o Hesbollah e não conseguiu, apesar de ter um dos melhores exércitos do mundo.
Já se pensa num cenário pós-bomba do Irã, cujos traços apontam na direção de uma corrida armamentista no Oriente Médio, historicamente um barril de pólvora, agora envolvendo armas de destruição maciça. A Arábia Saudita tem dinheiro de sobra, dólares do petróleo, para sustentar programas com as mesmas ambições do Irã e a convicção é a de que não ficará de braços cruzados. Há outros componentes explosivos nesse quadro. O fracasso dos Estados Unidos em impor democracia à sua moda no Iraque abriu espaços cujo ocupante estrangeiro maior será o Irã. O Iraque tem maioria xiita, se liberta da opressão sunita, da época de Saddam Hussein e a ironia dessa história é que os Estados Unidos foram elementos decisivos, com sua máquina de guerra, na inversão. Graça a eles os xiitas se impõem no Iraque.
São maioria e já não enfrentam as mãos de ferro sunitas de Saddam Hussein. São, portanto, politicamente dominantes. Os Estados Unidos aceitaram inclusive que o Irã ajudasse na intermediação de negociações entre xiitas e sunitas no Iraque. Um Irã com a bomba será mais agressivo. Resta saber o que estará pensando Israel diante do “anexo secreto”. Já se sabe que ele está disposto a não permitir que o Irã tenha a bomba e insiste numa opção militar. Treina para isso e tem contado com ajuda, nesses treinos, de seu aliado estratégico, os Estados Unidos. Ao mesmo tempo, americanos e europeus aumentam as pressões diplomáticas sobre o Irã para evitar, entre outras coisas, que decisões caiam em mãos de Israel. Caso a diplomacia falhe, e se confirme que o Irã tem a bomba ou está próximo de tê-la, Israel certamente bombardeará as instalações nucleares iranianas.
Desde que isso aconteça, e parece não se tratar de cenário não muito distante de uma realidade em curto prazo, irá por água abaixo o projeto de Barack Obama de dar passos concretos na direção de um universo desnuclearizado. Obama faz agrado à Rússia, a segunda maior potência nuclear, mandando arquivar o projeto do ex-presidente Bush de construção de um sistema de antifoguetes, na Europa. Quer amplo acordo internacional que fortaleça o Tratado de Não Proliferação Nuclear, que em breve será revisado. Promete reativar acordos de desarmamento. Mas as previsões parecem apontar em outra direção — não só o Irã com a bomba e Israel disposto a bombardeá-lo. As complicações no Afeganistão e a quase convicção, mesmo entre militares, de que os talibãs não serão derrotados numa guerra convencional, podem contaminar a fundo o Paquistão nuclear, onde radicais islâmicos fazem presença violenta cada vez maior.
Ao lado está a Índia, também nuclear, e pode acontecer o que os ingleses evitaram na época da independência, um confronto entre os indianos de maioria hindu e os paquistaneses de maioria muçulmana. A Índia tem sido alvo frequente de terroristas islâmicos e certamente não permitirá, mesmo sob a forma de possibilidade, que os radicais islâmicos, fortalecidos com vazamentos do Afeganistão, tenham acesso ao arsenal nuclear do Paquistão. Como? Só o futuro dirá. Não faltam, no entanto, hipóteses catastróficas. Alguns falam de juízo final. – Correio Braziliense
Um comentário:
E o Brasil é o caldeirao de Satanás.
Aqui vem tudo o que nao presta.
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