Frase sobre Holocausto gera protesto

ATO EM PORTO ALEGRE REÚNE 150 PESSOAS

Cerca de 150 pessoas participaram, em Porto Alegre, de protesto contra a visita do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. O presidente da Organização Sionista do Rio Grande do Sul, Ghedale Saitovitch, disse que o Brasil não deveria receber um governante que condena cidadãos à morte só por considerá-los "diferentes". E lembrou que Ahmadinejad já negou o Holocausto e falou em destruir Israel. Já o conselheiro do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke, comparou Ahmadinejad a Hitler e emendou: "O povo iraniano é vítima de um líder que não respeita os direitos humanos". Elder Ogliari, Porto Alegre

Num de seus últimos compromissos oficiais em Brasília, o iraniano assistiu ao protesto solitário e silencioso do integrante de um grupo gay. A menos de cinco metros de Ahmadinejad, Júlio Cardia, 25 anos, ergueu um cartaz e a bandeira do movimento.

Em São Paulo, as comunidades judaica e evangélica, além dos movimentos negro e GLS e da Frente pela Liberdade no Irã, repudiaram a visita. O Estado de S. Paulo


AHMADINEJAD EM BRASÍLIA: MAIS UMA VEZ O HOLOCAUSTO
Guarda Revolucionária realiza exercícios militares para simular proteção a instalações nucleares, enquanto retórica belicista aumenta.


Apesar da aparência exausta, após um dia de muitos compromissos, o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, ainda teve disposição para sustentar as suas mais polêmicas declarações diante de jornalistas brasileiros e iranianos. Não apenas questionou mais uma vez a ocorrência do Holocausto dos judeus sob o nazismo, como também identificou nas mortes ocorridas durante a Segunda Guerra Mundial a origem do conflito entre israelenses e palestinos. O visitante também contestou uma das perguntas que sugeriam que seu governo ganharia mais “legitimidade” após a visita ao Brasil.

“Legitimidade de um governo significa o quê? O governo iraniano é muito legítimo: 85% dos eleitores participaram na última eleição”, afirmou Ahmadinejad. “Daqui a quatro meses, Lula visitará o Irã. Será que se terá a mesma visão (de legitimidade) em relação ao governo brasileiro, nessa viagem?”, comparou, para em seguida destacar que sua legitimidade “vem do povo iraniano”.

Segundo Ahmadinejad, o maior problema do conflito no Oriente Médio não está no apoio da República Islâmica ao movimento extremista palestino Hamas, mas na “raiz” da questão. “Se nós não identificarmos o motivo da doença, não podemos tratá-la. E nós achamos que a raiz do problema está na Segunda Guerra Mundial”, disse. “Uma parte dos 60 milhões de mortos (na guerra) eram judeus. Também disseram que existiram alguns campos de concentração e que houve certa injustiça contra os judeus. Mas por que o povo palestino tem de pagar por um crime que foi cometido na Europa?”, argumentou, evitando mais uma vez qualificar o Holocausto como uma perseguição orquestrada contra os judeus. De acordo com o presidente iraniano, os palestinos “também são humanos e têm direito de existir dentro da sua pátria”.

Questionado sobre um possível ataque dos Estados Unidos ou de Israel contra seu território, Ahmadinejad disse acreditar que “a era dos ataques militares chegou ao fim”. “Hoje é um tempo de diálogo e pensamento. As armas e as ameaças pertencem ao passado, até para as pessoas atrasadas mentalmente”, alfinetou, completando que EUA e Israel também não teriam “coragem para fazer isso”.

Ele ainda negou que as declarações feitas anteriormente sobre a capacidade de o Irã enriquecer urânio a 25% fossem uma espécie de “ameaça” à comunidade internacional. “Eu dei essa notícia para que se soubesse que, apesar de podermos fazer um enriquecimento de urânio até essa percentagem, nós também estamos dispostos a negociar”, disse, destacando mais uma vez que o programa nuclear iraniano tem fins “humanitários”. “Produção de medicamentos e tratamento das crianças e dos doentes não é uma ameaça”, afirmou.

Protesto
No fim da coletiva, um manifestante solitário entrou na sala exibindo um cartaz com a inscrição (em inglês): “Pela vida dos gays, contra Ahmadinejad”. Ao ser repreendido pela segurança do local, o presidente do grupo Estruturação, Júlio Cardia, abriu uma bandeira do movimento gay. “Já que o governo brasileiro tenta não aceitar a violência contra LGBTs no país, então ele não pode dar esse passo atrás ao receber uma pessoa como o presidente iraniano”, afirmou Cardia.

Mais cedo, Ahmadinejad afirmou que os grupos que foram contra sua visita ao Brasil seriam representantes de “minorias”. Solicitado a falar para os homossexuais, o líder iraniano limitou-se a dizer que “as pessoas estão livres de expressar suas ideias” e que no Irã “também existe essa liberdade”. Por Isabel Fleck Correio Braziliense


PROTESTO 1/ PROTESTO 2
O deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), judeu, fez seguidos pedidos de autorização para espalhar fotografias do Holocausto pelos corredores da Câmara durante a visita do iraniano Mahmoud Ahmadinejad, mas não obteve resposta de Michel Temer, presidente da Casa.

Mão Santa (PSC-PI) protelou indefinidamente a sessão no plenário para evitar que a TV Senado transmitisse a passagem de Ahmadinejad pelo Salão Azul.- Painel da Folha de S. Paulo – Por Renata Lo Prete

Um comentário:

Anônimo disse...

Defino em uma palavra: MEDO!