PSDB vai recorrer do arquivamento do pedido de cassação de Dilma

Por Gabriela Guerreiro - Folha.com
O PSDB vai recorrer da decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de arquivar pedido de cassação do registro da candidatura de Dilma Rousseff (PT) à Presidência em função das quebras de sigilo fiscais na Receita Federal. O advogado da coligação do PSDB, Eduardo Alckmin, disse que vai recorrer para que a representação seja julgada pelo plenário da Corte Eleitoral.

"Vamos recorrer ao plenário agregando fatos novos referentes à quebra de sigilo da filha do nosso candidato, Verônica Serra, e ao fato de que a Receita Federal não agiu para esclarecer os fatos", afirmou o advogado.

A coligação de Serra vai pedir ao plenário para que o tribunal investigue a denúncia de que a Receita Federal montou uma operação para abafar o caso, com uma procuração forjada de Verônica --que supostamente autorizaria a quebra de seu sigilo fiscal. "Queremos apuração mesmo, e não essa apuração lenta que vem sendo realizada", disse Alckmin.

Corregedor-geral eleitoral, Passarinho negou o pedido da coligação de Serra ao argumentar que não há provas de que Dilma está envolvida nas violações de sigilo. Na decisão, o ministro afirma que não há evidências de que o episódio tenha provocado danos à disputa eleitoral.

Segundo Passarinho, cabe ao Ministério Público Federal investigar as denúncias - numa esfera que não seria da Justiça Eleitoral.

ACUSAÇÃO

Além de pedir a cassação do registro de Dilma, a representação acusava a candidata abuso de poder político e uso da estrutura do Estado para fins eleitorais no caso da violação dos sigilos.

Segundo a coligação de Serra, a petista usou integrantes de sua campanha para a quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao candidato tucano e de sua filha.

Além de Dilma, a coligação aponta na representação como responsáveis pela violação dos sigilos o candidato ao Senado por Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT); o jornalista Amaury Junior; o jornalista Luiz Lanzetta; o secretário da Receita Federal Otacílio Cartaxo; e o corregedor-geral da Receita Federal, Antonio Carlos Costa D'avila.

Pimentel e Lanzetta são citados como responsáveis pela iniciativa de preparar dossiês que pudessem atingir Serra. Cartaxo e D'avila estariam, de acordo com a coligação de Serra, dificultando as investigações da Polícia Federal sobre o caso. Já a acusação contra Amaury Junior seria pelo fato de ele ter supostamente declarado que "já teria dois tiros fatais contra Serra", sendo um deles envolvendo informações sobre Verônica.

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