Quem já teve uma Erenice a tiracolo, cuidando de todas as unhas encravadas, como diria o nosso Delúbio, deve sentir uma fossa danada na hora de montar um ministério.
Como se sabe, é a vez das mulheres. O Brasil tem uma presidenta, e teria em Erenice uma superministra, com seu instinto maternal capaz de empregar a família inteira no governo.
Mas não há de ser nada. Dilma tem outras companheiras na manga. Uma delas, diretora da PTbras, ou melhor, Petrobras, vem com tudo.
Maria das Graças Foster é cotada para assumir a Casa Civil, depois que Erenice foi abortada. Mas de aborto não se fala mais. E se a eleição de Dilma já gerou um êxtase feminista, uma Maria das Graças no poder renderá no mínimo uma nova safra de artigos poéticos de Leonardo Boff sobre a revolução uterina.
Substituir um mito como Erenice Guerra não é fácil. Mas a candidata tem lá suas credenciais.
Já se sabe, por exemplo, que o marido de Maria das Graças ganhou algumas dezenas de contratos com a Petrobras depois que ela virou diretora da estatal. Quase a metade sem licitação.
Como se vê, ninguém é insubstituível. Nem Erenice.
Segundo os dilmólogos, Maria das Graças está bem cotada porque tem um perfil e uma linha de ação muito parecidos com o da presidente eleita. Era exatamente o que se dizia de Erenice. Faz todo o sentido.
E não venha a imprensa golpista com nova onda de denúncias, porque não adianta. Se derrubarem essa, eles arranjam outra. O tal “perfil”, pelo visto, é a especialidade da casa.
Viva o governo das mulheres. E já que é para acabar com o preconceito, arranjem aí uma boquinha para a madame Roriz, grande destaque da eleição ao lado do Tiririca.
Ela não é nenhuma Erenice, mas já é uma Weslian – o que não é pouco.
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