A ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia aceitou nesta terça-feira pedido do Ministério Público para a abertura de inquérito para investigar as supostas irregularidades no Ministério do Esporte envolvendo o atual ministro, Orlando Silva (PC do B), e o ex-ministro Agnelo Queiroz (PT), hoje governador do Distrito Federal.
O pedido de abertura de inquérito foi feito na sexta-feira pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
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O procurador também pediu que seja remetido ao STF o inquérito do STJ (Superior Tribunal Justiça) que investiga Agnelo por suposto envolvimento nas fraudes no programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte quando ele era o titular da pasta, entre 2003 e 2006.
Nesta terça-feira, líderes da oposição no Congresso avaliaram que a permanência do ministro é insustentável, já que agora está claro que ele tinha conhecimento de irregularidades na pasta.
A avaliação foi feita após a Folha revelar hoje que Orlando autorizou de próprio punho medida que beneficiou uma instituição do policial militar João Dias Ferreira, que agora o acusa de comandar um esquema de desvio de dinheiro publico.
ENTENDA O CASO
Orlando é suspeito de participação num esquema de desvio de recursos do programa Segundo Tempo, que dá verba a ONGs para incentivar jovens a praticar esportes. A acusação foi feita à revista "Veja" pelo policial militar.
O soldado e seu motorista disseram à revista que o ministro recebeu parte do dinheiro desviado pessoalmente na garagem do ministério.
Ferreira, que foi à Polícia Federal na segunda-feira (24) para prestar depoimento, disse ter entregado áudios de uma reunião que fez com funcionários da pasta para tentar resolver a prestação de contas de um de seus convênios.
Na semana passada, Ferreira depôs por mais de oito horas na PF. Segundo o policial, seu motorista, Célio Soares Pereira, vai se apresentar esta semana para também prestar depoimento. Célio afirmou à revista "Veja" ter presenciado a entrega de dinheiro na garagem do ministério.
Segundo o ministro, que tem desqualificado o policial militar em entrevistas e nas oportunidades que falou do assunto, disse que as acusações podem ser uma reação ao pedido que fez para que o TCU (Tribunal de Contas da União) investigue os convênios do ministério com a ONG que pertence ao autor das denúncias.
Em nota, o Ministério do Esporte disse que Ferreira firmou dois convênios com a pasta, em 2005 e 2006, que não foram executados. O ministério pede a devolução de R$ 3,16 milhões dos convênios.
De acordo com o ministro, desde que o TCU foi acionado, integrantes de sua equipe vêm recebendo ameaças.
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